terça-feira, 29 de julho de 2014

O conhecimento de Deus

Neste primeiro estudo, aprenda as consequências de negligenciar o conhecimento de Deus.


Não passaria de presunção até a tentativa de apresentar um esboço de tudo o que a expressão “o conhecimento de Deus” possa sugerir, especialmente dentro dos limites de um pequeno artigo de revista. Poderíamos, se tivéssemos a capacidade, escrever livro após livro sobre este assunto, mas depois de todo este trabalho somente mereceríamos a interrogação: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2).

As Escrituras, porém, falam muito sobre a nossa necessidade de conhecer a Deus, como também sobre o desejo de Deus de ser conhecido pelo Seu povo.

A expressão exata “o conhecimento de Deus” ocorre oito vezes na Bíblia. Em uma ocorrência só ela se refere ao conhecimento que Deus tem: “Ó profundidade das riquezas … do conhecimento de Deus” (Rm 11:33). As outras sete ocorrências falam de como Deus é, ou deve ser, conhecido pelo Seu povo.

Neste primeiro artigo vamos considerar três referências que são de caráter negativo, reprovando o povo de Deus pela falta de tal conhecimento, e indicando as consequências deploráveis desta ignorância.

A primeira referência negativa revela o desprazer de Deus por causa da ignorância de Seu povo: “Ouvi a palavra do Senhor, vós filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus” (Os. 4:1). Os versículos seguintes demonstram a ruína moral que resultou desta falta, e o v. 6 resume tudo dizendo: “O meu povo foi destruído, porque lhes faltou o conhecimento”. Então o sacerdote é reprovado, pois seus lábios devem guardar o conhecimento (Mal. 2:7): “porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de Mim”.

Em nossos dias a decadência moral e espiritual que se vê por todo o lado entre o povo de Deus atribui-se geralmente às “condições dos últimos dias”. Porém devemos tomar cuidado para não usar os últimos dias como desculpa.

Daniel demonstra que, mesmo nos dias mais difíceis, “o povo que conhece seu Deus se tornará forte e fará proezas” (Dan. 11:32).

A segunda referência negativa indica a nossa vergonha por sermos ignorantes de Deus. I Co 15:34 diz: “Vigiai juntamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa” A palavra traduzida “vigiai” literalmente transmite a ideia de acordar de um estado de embriaguez, ou seja, como na ARA: “tornai-vos à sobriedade”. Os coríntios, que como todos os gregos amavam a sabedoria humana, tinham recebido “novos esclarecimentos” acerca do assunto da ressurreição, e estes novos esclarecimentos os levaram em fim a uma negação total desta verdade. A reprovação dada por Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, indica que a raiz da heresia deles era simplesmente sua ignorância de Deus.

Abraão O conheceu, e embora não tinha nossa vantagem de possuir uma revelação escrita, ele considerou que “Deus era poderoso para até dentre os mortos ressuscitar” a Isaque (Hb 11:18), crendo no Deus que “vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem” (Rm 4:17).

A terceira referência negativa se encontra em II Co 10:5, e diz respeito à oposição satânica contra o conhecimento de Deus. No contexto, Paulo está falando acerca das armas da nossa milícia espiritual, as quais são “poderosas em Deus para destruição das fortalezas”. A conquista e demolição das fortalezas do pecado e orgulho somente podem ser realizadas com armas espirituais, que devem ser manejadas em dependência do poder de Deus.

Mas que são essas fortalezas? O v. 5 identifica-as como “conselhos”, ou “raciocínios”, e “toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus”. Aqui, então, há dois fenômenos que se opõem ao conhecimento de Deus:

1. Raciocínios

É claro que este termo não indica o raciocínio baseado na revelação da Palavra de Deus, e iluminado pelo Autor divino dela. Tal raciocínio piedoso é a base de toda a sã doutrina, e toda a prática correta na vida cristã. O que “conselhos” ou “raciocínios” quer dizer aqui é o mero raciocínio humano, baseado somente na compreensão limitada que o homem possui, e na confiança orgulhosa que tem na sua própria capacidade intelectual. Teorias tais como a da evolução são resultado disto, e sempre se opõem ao verdadeiro conhecimento de Deus.

2. Toda altivez

Isto indica a orgulhosa independência do homem que se gloria na sua própria sabedoria e inteligência. O orgulho foi o primeiro pecado, cometido pelo “querubim ungido” (veja Ez. 28:12-17), e resultando na expulsão dele da presença de Deus (Is 14:12-15). O orgulho também é o fim que todo pecado e tentação tem em vista. Como a serpente disse a Eva: “Sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Toda altivez somente se opõe ao conhecimento de Deus, mas “aos mansos Ele ensinará o Seu caminho”, e “o segredo do Senhor é com aqueles que O temem” (Sal. 25:9, 14).

Que estas referências negativas possam despertar-nos a procurar crescimento e estabelecimento no conhecimento de nosso Deus bondoso. No próximo artigo, se Deus assim permitir, pretendemos estudar quatro referências positivas que mostram como se adquire tal conhecimento, e quais serão os resultados.

T. J. Blackman

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