terça-feira, 29 de julho de 2014

Parábola do pescador

Havia um grupo de pessoas que se chamavam “pescadores”. Havia também muitos peixes nas águas do lugar onde estes pescadores moravam, nos rios, nos lagos, e no mar. E estes peixes estavam com fome.

Atividades dos Pescadores

Semana após semana, mês após mês, ano após ano, aqueles que se chamavam pescadores reuniam-se para falar da pescaria, da sua vocação para pescar, da abundância de peixes, e para estudar os métodos que eles poderiam empregar na pesca. Ano após ano, eles definiam cuidadosamente o que é pescar; defendiam a pesca como uma ocupação digna, e declaravam que é de suma importância ser pescador.

Estes pescadores construíram salões grandes e bonitos para as suas reuniões. Insistiam que todos deveriam ser pescadores, e que todo pescador deveria pescar. Destacavam a necessidade urgente de pescar.

Mas eles não pescavam.

Além disto, organizaram o Comitê Geral de Pescadores, para enviar pescadores para outros lugares, onde também havia muitos peixes. Este Comitê era composto daqueles que possuíam grande visão e coragem para falar da pesca, e para promover a ideia de pescar em rios e lagos distantes, onde havia muitos outros peixes de cores diferentes. O Comitê empregou trabalhadores, defendeu a necessidade de pescar, ensinou como pescar, decidiu quais os rios e lagos onde se deveria pescar.

Mas os membros do Comitê não pescavam.

Peixeologia

Grandes centros foram construídos, onde os pescadores eram ensinados a pescar. Cursos foram oferecidos sobre a necessidade dos peixes, a natureza dos peixes, as reações psicológicas dos peixes, como aproximar-se dos peixes, e como pegá-los. Os professores eram doutores em peixeologia, mas os professores não pescavam; apenas ensinavam a pescar.

Além disto, os pescadores faziam gráficos e escreviam artigos para imprimir e publicar “O Guia do Pescador”. Trabalhavam dia e noite para produzir manuais sobre os métodos, o equipamento, e as estratégias necessárias para pegar peixes. Promoviam reuniões para falar da pesca, e contar experiências.

Mas não pescavam.

Pescadores

Forneciam preletores capacitados para falar da pesca, a fim de incentivarem outros (principalmente jovens) a pescar.

Após uma destas reuniões sobre “A Necessidade de Pescar”, um jovem emocionado resolveu deixar tudo para se dedicar à pesca. Foi pescar; e logo depois escreveu dizendo que pegara dois peixes notáveis. Ele foi honrado grandemente por causa desta pesca maravilhosa, e foi convidado a falar em todas as reuniões de pescadores, para contar como ele pegara estes peixes.

Por isso, ele teve de parar de pescar, para ter o tempo necessário para contar a sua experiência aos outros pescadores. Foi nomeado membro do Comitê Geral de Pescadores, devido à sua grande experiência.

Ora, é verdade que muitos destes pescadores sacrificavam muito, e suportavam muitas privações. Alguns viviam perto das águas e suportavam o mau cheiro de peixes mortos. Também suportavam a zombaria daqueles que caçoavam das suas reuniões de pescadores e do fato de que diziam ser pescadores, mas nunca pescavam. Eles se entristeciam também pensando naqueles que achavam que não era necessário assistir às reuniões sobre a pesca. Afinal, não estavam eles seguindo o Mestre, que disse: “Segue-Me, e Eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4:19)?

Imagine como se sentiram quando, um dia, alguém lhes disse que aqueles que não pescam não são realmente pescadores, não importa o quanto afirmam o ser.

Considere bem: será que alguém é pescador se, ano após ano, ele nunca pesca um peixe? Será que ele está seguindo o Senhor, se não está pescando?

Adaptado de Horizons por R. E. Watterson

Nenhum comentário:

Postar um comentário